Diagnóstico e Intervenção Precoces são Fundamentais para Inclusão de Pessoas com Deficiência Intelectual

Esta semana é celebrada a “Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla”. É um momento muito importante para que a população se conscientize sobre a inclusão social de crianças e adolescentes que possuem alguma deficiência, assim como para assegurar seus direitos.

Segundo Dra. Andrea Weinmann, neuropediatra e sócia-diretora do Centro Neurológico Weinmann, a deficiência intelectual (DI) ou transtorno do desenvolvimento intelectual se caracteriza como uma situação estável de uma insuficiência ou inadequação intelectual que começa durante o período de desenvolvimento e que impede uma vida social independente.

“É importante dizer que a deficiência intelectual não é uma doença, mas sim um transtorno comportamental que se caracteriza por prejuízos da função intelectual e das habilidades adaptativas diárias, como a comunicação, cuidados pessoais, interação social, entre outras. A DI tem etiologia multifatorial e segundo o DSM 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5a edição) inicia-se no período do desenvolvimento e sua prevalência geral na população é cerca de 1%”, explica Dra. Andrea.

Quais são as principais causas?
Estima-se que 30% dos casos de DI não têm uma causa definida. Entre as causas mais comuns estão as pré-natais, ou seja, durante o período gestacional, incluindo o uso de drogas, álcool e medicamentos durante a gestação, diabetes gestacional, infecções congênitas, erros inatos do metabolismo (feniceltonúria, por exemplo), alterações cromossômicas e genéticas. “As causas perinatais mais comuns são problemas no parto, como falta de oxigênio, prematuridade e icterícia grave. As pós-natais podem ter relação com a má nutrição, traumas cranianos e infecções no sistema nervoso central”, comenta a médica.

Muitas pessoas conhecem a síndrome de Down, que é uma alteração cromossômica que pode levar à deficiência intelectual. Porém, há outras síndromes genéticas que também estão relacionadas com a DI.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico vai depender da causa e de outros fatores. “Quando a criança ao nascer já é portadora de alguma síndrome genética ou alteração cromossômica, o risco é aumentado e o acompanhamento deve ser constante. Em outros casos, os pais e o pediatra conseguem notar atrasos no desenvolvimento que podem sugerir a DI”, explica Dra. Andrea.

Porém, o diagnóstico só é fechado a partir dos seis anos de idade, pois nessa faixa etária é possível realizar testes para quantificar o Quoeficiente de Inteligência (QI) e determinar o comprometimento das habilidades adaptativas.

Tratamento deve ser precoce para aproveitar a neuroplasticidade
“Quanto mais precoce a identificação do atraso e a suspeita da DI, melhor será o desenvolvimento e prognóstico da criança. Isso graças à neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de modificar sua estrutura e função para se adaptar ou mesmo recuperar funções perdidas. A plasticidade neuronal é capaz, em alguns casos, de mudar a condição de DI de moderada para leve, por exemplo. Portanto, nota-se que a estimulação precoce gera incríveis possibilidades para o desenvolvimento infantil”, explica Dra. Andrea.

“A pessoa com Deficiência Intelectual deve receber acompanhamento médico e estímulos constantes. Além disso, é preciso oferecer condições para que a criança ou adolescente leve uma vida mais próxima do normal, sempre respeitando seus limites. Isso ajudará muito a sua inclusão na vida profissional e nas relações sociais, sempre reforçando sua autonomia e favorecendo o respeito às diferenças”, finaliza Dra. Andrea.

 


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