Há pouco tempo considerado um país jovem, o Brasil vive um aumento da expectativa de vida. Até 2060, a população com 80 anos ou mais deve somar 19 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Até lá, o desafio é que as pessoas envelheçam com saúde e qualidade de vida.
O processo de envelhecimento começa quando nascemos e seus primeiros sinais físicos aparecem exteriormente, as famosas rugas e marcas de expressão. Entretanto, os nossos órgãos, tecidos e ossos também envelhecem, embora não possamos ver. Com a coluna vertebral não é diferente. As mudanças implacáveis do envelhecimento afetam progressivamente todas as estruturas da coluna.
Segundo o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann, especialista em Medicina da Coluna, o processo degenerativo começa na primeira década de vida, afetando os discos intervertebrais e isso, mais tarde, pode se converter na temida hérnia de disco, uma das doenças de coluna mais comuns em jovens adultos.
“Além dos discos intervertebrais, temos na coluna as facetas articulares que conectam as vértebras na parte de trás da coluna, proporcionando estabilidade de rotação. Como qualquer articulação, as facetas também sofrem o desgaste articular natural, chamado de osteoartrose”.
Ligamentos e músculos também sofrem
E se você acha que somente ossos e juntas podem se desgastar com o passar da idade, saiba que músculos e ligamentos são prejudicados também. Isso devido à perda do colágeno e da elastina, o que leva ao enfraquecimento dessas estruturas. “Os ligamentos e músculos da região abdominal dão sustentação para a coluna e estabilidade para os movimentos. Além disso, também ajudam a manter a postura quando estão saudáveis e fortalecidos”, comenta Dr. Iuri.
Osteoporose: risco aumentando para fraturas vertebrais
Os ossos também se enfraquecem com o tempo, perdendo sua densidade. Em muitos casos, o quadro evolui para a osteoporose, que como o nome diz, deixa os ossos porosos, o que aumenta o risco de fratura.
Um estudo feito no Brasil mostrou que na faixa dos 60 aos 69 anos, 33% das mulheres tem osteoporose na coluna lombar. Aos 80, mais da metade apresenta a doença. O mesmo estudo mostrou que no grupo etário dos 60 aos 70 anos, 58,3% apresentam fraturas na coluna e aos 80, 81,8%.
Será inevitável?
Sim, o envelhecimento da coluna é inevitável. O que se pode fazer é entender quais são os fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento de problemas da coluna e procurar evitá-los. “Os estudos mostram que os problemas na coluna são multifatoriais e a predisposição genética tem um peso importante. Entretanto, o estilo de vida também tem seu papel. Quanto mais saudável, maior será o efeito protetor na saúde da coluna”.
O que você pode fazer pela sua coluna:
- Mantenha o peso ideal para sua altura e tipo físico
- Adote posturas corretas para trabalhar, dormir, ver TV, usar o computador, o celular, etc.
- Pare de fumar ou não fume, pois, o cigarro, pelo seu efeito vasoconstritor, reduz o diâmetro dos pequenos vasos, dificultando o aporte de oxigênio e de nutrientes que as células recebem por meio do sangue
- Pratique alguma atividade física para fortalecer a musculatura ao redor da coluna, como o Pilates, por exemplo
- Certifique-se que está com os níveis de cálcio e vitamina D na medida certa para prevenir a osteoporose
- Evite pegar peso excessivo e quando precisar, agache flexionando as pernas para erguer o que estiver pegando
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