80% dos casos não tem causa definida
A escoliose é o desvio mais comum da coluna vertebral em crianças e adolescentes. A palavra “escoliose” vem do grego “skolios” e quer dizer curva, torta. E é exatamente o que acontece: a coluna se curva para os lados, tomando uma forma que se assemelha às letras C ou S. Entretanto, a escoliose é classificada em diferentes tipos, que variam de acordo com a idade de início, a causa, a gravidade e o tipo de curva. As formas mais graves do desvio podem causar problemas cardiopulmonares.
Segundo Dr. Iuri Weinmann, neurocirurgião e especialista em Medicina da Coluna, em cerca de 80% dos casos a escoliose é classificada como idiopática, ou seja, sem causa conhecida. “Por outro lado, sabe-se que há uma forte influência genética, já que a escoliose costuma atingir membros de uma mesma família, mesmo que em diferentes gerações. A escoliose não idiopática pode ser congênita, causada por má formação da coluna durante a gravidez; ou neuromuscular, cujas causas podem ser paralisia cerebral, distrofia muscular, entre outras”.
Escoliose idiopática é mais comum na adolescência
A escoliose do adolescente (11 aos 18 anos) é a mais comum, sendo responsável por 90% dos casos de escoliose idiopática. A forma juvenil é a segunda mais frequente, surge entre os 4 e 10 anos e representa de 10 a 15% dos casos. A escoliose infantil é a mais rara (1% de todos os casos) e pode aparecer em crianças de 0 a 3 anos. A escoliose afeta mais meninas que meninos.
Quando a cirurgia é indicada?
Enquanto alguns casos apresentam uma curvatura pequena e podem ser tratados com exercícios de fisioterapia e uso de coletes, curvaturas mais graves apresentam risco à saúde e devem ser tratadas com intervenção cirúrgica. “Muitas vezes a cirurgia é o tratamento mais recomendável, pois vai estabilizar a posição da coluna e evitar que essa curvatura retorne com o crescimento da criança ou do adolescente”, explica Dr. Iuri.
O neurocirurgião explica que curvas de 45 a 50 graus requerem cirurgia. “A cirurgia tem alguns objetivos, como impedir que a curvatura se agrave, reduzir a deformidade para melhorar a marcha e a postura global, assim como para melhorar o equilíbrio do tronco. Além de corrigir a postura, a cirurgia também ameniza as dores causadas pela escoliose”.
Como é feita a cirurgia
A cirurgia padrão em adolescentes e adultos para correção da escoliose é chamada de fusão óssea (artrodese). O neurocirurgião irá realinhar e fundir, de forma permanente, as vértebras afetadas pela escoliose. “Isso irá fazer com que elas cresçam juntas, formando um osso sólido que não se moverá mais, num processo parecido ao da recuperação de um osso quebrado. Para fazer essa fusão óssea das vértebras são usados materiais metálicos, como parafusos e hastes, assim como enxerto ósseo”, explica Dr. Iuri.
Prognóstico
A maioria dos casos de escoliose melhora com o tempo, desde que diagnosticados e tratados precocemente, seja com fisioterapia, coletes ou cirurgia. As intervenções devem ser feitas para promover o crescimento da coluna de forma saudável e para reduzir a curvatura.
Dr. Iuri ressalta que as meninas sejam examinadas para identificar a deformidade aos 10 e aos 12 anos, e que os garotos passem pela mesma avaliação aos 13 e aos 14 anos. “Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento”.
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