Postado em 8 de junho de 2018 no Cirurgia Endoscópica, Dor nas mãos, Neuropatias

Mulheres são as principais vítimas da síndrome do túnel do carpo

A cada 5 pessoas afetadas, 4 são mulheres

Dor, queimação, formigamento e dormência na mão. Esses podem ser os sintomas iniciais da mais frequente das síndromes compressivas, a síndrome do túnel do carpo. Leva este nome porque resulta da compressão do nervo mediano no canal do carpo, uma estrutura que se localiza entre a mão e o antebraço, por onde o nervo mediano passa.

O nervo mediano é responsável pelos sinais sensoriais da palma da mão, polegar e dedos, com exceção do dedo mínimo. Ele fornece ainda sinais nervosos para movimentos dos músculos em torno da base do polegar. Os sintomas podem surgir quando há excessiva pressão dentro do túnel do carpo, o que leva à compressão do nervo mediano. Os estudos mostram que as mulheres são quatro vezes mais afetadas pela doença do que os homens. A prevalência da população em geral é de 4 a 5%, principalmente entre os 40 e 60 anos.

Causas desconhecidas
Segundo o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann, na maioria dos casos a síndrome do túnel do carpo é idiopática, ou seja, sem causa conhecida. “Mas, sabe-se que uma fratura no punho, por exemplo, pode levar ao estreitamento do túnel, que pode irritar ou comprimir o nervo, assim como qualquer condição que altere as paredes do túnel do carpo pode causar o problema”.

Doenças que causam inflamação ou inchaço, como a artrite reumatoide também aumentam o risco. Há relação ainda com doenças metabólicas, como o diabetes, hipotireoidismo e insuficiência renal crônica. Na gravidez também é comum o quadro da síndrome do túnel do carpo devido ao aumento da distribuição dos fluídos corporais. Costuma se agravar no terceiro trimestre da gestação.

Sintomas pioram à noite
De maneira geral, a evolução é lenta, começando com dor, queimação, formigamento e dormência na mão. “Os pacientes relatam uma piora da sintomatologia no período noturno. Isso porque quando a pessoa dorme, pode adotar certas posições com o punho ou com as mãos que podem levar a uma compressão ainda maior do nervo mediano, como por exemplo, colocar as mãos embaixo da cabeça”, comenta Dr. Iuri.

Com o passar do tempo e sem tratamento, a síndrome do túnel do carpo pode se agravar, levando à perda da sensibilidade e à incapacidade para fazer movimentos simples, como segurar o volante do carro, pentear os cabelos, abrir uma porta, segurar o telefone, etc.

Quando procurar um médico?
Ao notar os sintomas, o ideal é procurar um médico para avaliação. O diagnóstico inclui a avaliação clínica minuciosa e alguns exames, entre eles a eletroneuromiografia (ENMG). “Este exame avalia a condução nervosa sensitiva e motora do nervo mediano. Assim, consideramos efetivo para o diagnóstico, pois mostra o estado fisiológico do nervo mediano através do túnel do carpo”, comenta o neurocirurgião.

Como é feito o tratamento?
Inicialmente, o tratamento é feito de maneira conservadora, ou seja, com medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e com fisioterapia. Também podem ser feitas imobilizações com órteses (talas). A infiltração no local com corticoides é um outro recurso que pode ser usado.

“Porém, quando não há melhora do quadro, é recomendada a cirurgia para descompressão do nervo mediano. O principal objetivo da cirurgia é diminuir a pressão dentro do túnel do carpo. Atualmente, três técnicas podem ser usadas: o procedimento aberto, o miniopen e as técnicas endoscóspicas”, comenta Dr. Iuri.

Alguns estudos mostram que a cirurgia endoscópica, que é um procedimento minimamente invasivo, permite uma recuperação funcional mais precoce, assim como causa menos dor no local da cirurgia. O retorno ao trabalho também é mais rápido em quem é operado com esta técnica.

Após o tratamento, espera-se que o paciente não sinta mais dor, recupere a sensibilidade e consiga realizar os movimentos normalmente. Entretanto, quando a síndrome do túnel do carpo está relacionada a outras doenças, como o diabetes, por exemplo, ou ainda a atividades laborais, é possível haver recidivas.

Referências:

http://www.scielo.br/pdf/rbort/v49n5/pt_0102-3616-rbort-49-05-0429.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rbort/v49n5/pt_0102-3616-rbort-49-05-0437.pdf


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