Dor crônica na coluna pode ser tratada por Radiofrequência

Técnica é indicada para pacientes que não respondem a outros tratamentos

Segundo dados da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), de cada dez pessoas, quatro sofrem de dores crônicas, que afetam principalmente a coluna vertebral. Muitos pacientes não respondem aos tratamentos conservadores, como o uso de medicamentos e fisioterapia. Por isso, nos últimos anos, a medicina desenvolveu terapêuticas para tratar a dor refratária, ou seja, aquela que mesmo após tratamentos, não apresenta melhora.

Um destes tratamentos é a Radiofrequência. Segundo o neurocirurgião Dr. Iuri Weinmann, especialista em medicina da coluna, trata-se de uma técnica minimamente invasiva em que se usa uma corrente elétrica alternada de alta frequência para atingir nervos ou gânglios, bloqueando os impulsos nervosos que levam à dor.

“O objetivo é que a corrente elétrica bloqueie as fibras nervosas responsáveis pela dor. Além do alívio da dor, o nervo irá se recuperar e isso permite que o paciente possa se reabilitar para voltar às suas atividades cotidianas. Outro benefício é a redução do uso de medicamentos para melhora da dor, já que muitos fármacos têm efeitos colaterais importantes, quando prescritos por um prazo mais longo”, comenta Dr. Iuri.

 Como é feito
O procedimento é rápido, feito com anestesia local e sedação leve. “Para aplicar a Radiofrequência usamos um recurso chamado fluoroscopia. Trata-se de um equipamento de raio-X que nos fornece imagens internas do corpo em tempo real. Guiado pelo fluroscópio, inserimos uma agulha especial sobre a pele (percutaneamente), sem fazer incisões. Nesta agulha encontra-se um microelétrodo que emite a corrente elétrica e é inserido em um nervo ou em um gânglio, dependendo da estrutura que está gerando a dor”.

Depois da inserção do microelétrodo, é colocada uma placa que irá levar a corrente elétrica de volta para o gerador. “O objetivo da Radiofrequência é bloquear a fonte da dor e isso acontece por meio do calor gerado pela corrente elétrica, que provoca uma lesão térmica nas fibras nervosas”, cita Dr. Iuri.

Em geral, a Radiofrequência é recomendada para dores causadas por hérnias de disco, osteoartrose da coluna, dores da coluna crônicas, nevralgia do trigêmeo, entre outras.

Tipos
Há dois tipos: a Radiofrequência Convencional (RFC) e Radiofrequência Pulsada (RFP). “Na primeira, as ondas de calor são contínuas, portanto o alívio da dor é constante. A desvantagem é que não pode ser aplicada em todas as regiões. Na pulsada, há pausas que permitem o resfriamento do tecido. A desvantagem é que o alívio da dor só acontece quando a temperatura está alta. A vantagem é que ela pode ser usada em regiões em que antes não era possível”, comenta o neurocirurgião.

Muitas pessoas sofrem de dores crônicas e não sabem que atualmente há diversos tratamentos que podem ser feitos. A Radiofrequência é uma técnica atual para a dor crônica, pois por ser minimamente invasiva é mais segura, mais precisa e permite ao paciente retomar suas atividades em menor tempo, quando comparada a outros procedimentos mais complexos.

“Além disso, estudos mostram que há redução da dor na maioria dos casos, o que melhora, de maneira significativa, a qualidade de vida do paciente”, conclui Dr. Iuri.


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