Você já deve ter ouvido falar do Eletroencefalograma (EEG). Trata-se de um exame usado para mensurar a atividade elétrica cerebral, ou seja, os impulsos elétricos realizados entre as células cerebrais, chamadas de neurônios. Cada um de nós tem cerca de 86 bilhões de neurônios, responsáveis pelas principais funções do corpo humano.
Para movermos as mãos, por exemplo, é necessário que os neurônios se comuniquem entre si e essa comunicação se dá por meio dos impulsos elétricos. Estes levam à contração dos músculos responsáveis pelos movimentos.
Durante um eletroencefalograma, estes impulsos elétricos podem ser amplificados e registrados, mostrando ao médico o ritmo e a intensidade da atividade no cérebro. Os dados de um EEG oferecem ao médico informações importantes sobre a fisiologia cerebral.
Para que serve o eletroencefalograma?
O eletroencefalograma é usado para o diagnóstico e manejo clínico de diversas condições que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC), como a epilepsia, distúrbios do sono, síndromes genéticas, transtornos mentais, infecções que afetam o SNC, doenças metabólicas, transtornos do neurodesenvolvimento, transtornos de aprendizagem, tumores cerebrais, entre outras.
Como o eletroencefalograma é realizado?
Para realizar o exame são usados eletrodos que podem ser de prata, ouro ou estanho, com a ajuda de um gel condutor. Os eletrodos são colocados nos dois lados da cabeça, de forma simétrica, em áreas predeterminadas. Em seguida, o eletroencefalógrafo irá captar, registrar e amplificar as ondas cerebrais.
O médico, durante o eletroencefalograma, pode solicitar ao paciente alguns comandos. Um deles são respirações rápidas e profundas (hiperpneia). Outro método que pode ser aplicado é a fotoestimulação intermitente, aplicada com o uso de flashes de luz. Em alguns casos, o médico pode prescrever uma sedação leve. Mas, cada situação irá depender do diagnóstico buscado e do estado do paciente.
A duração média de um eletroencefalograma é de 30 minutos. Normalmente, o EEG é feito em três fases: com o paciente acordado, em sonolência e dormindo. São usadas medicações indutoras de sono, como os anti-histamínicos (antialérgicos).
Vale ressaltar que o eletroencefalograma é um exame indolor, não invasivo e rápido. O EEG não oferece riscos ou complicações. Sendo assim, qualquer pessoa pode ser submetida ao exame, como bebê, idosos, pessoas acamadas, hospitalizadas, gestantes, etc.
A única ressalva é que em pacientes com oleosidade excessiva no couro cabeludo ou ainda com ferimentos pode ser mais difícil a colocação dos eletrodos. Outro ponto é que em pacientes com suspeita de epilepsia ou naqueles que apresentam crises epiléticas há um risco maior de ocorrer crises durante o exame.
Sistemas digitais
Antigamente, os registros do eletroencefalograma eram feitos em papel. Hoje, o sistema é digital, permitindo registrar mais informações, formatar dados, ampliar e escalar o tempo de acordo com a necessidade e avaliação do médico, mesmo depois que o exame termina.
Existe preparo para o eletroencefalograma?
Há algumas recomendações que precisam ser seguidas. A mais importante é a privação do sono em pacientes com suspeita de epilepsia. A falta de sono é um dos fatores que desencadeiam uma crise epilética, assim como pode ativar possíveis anormalidades que o médico poderá detectar durante o eletroencefalograma. Assim, o ideal é que na noite anterior ao exame, o paciente durma no máximo três horas e não durma nem antes, nem a caminho do exame. Esta recomendação vale também para as crianças.
Outra recomendação para o preparo é lavar os cabelos com shampoo, sem usar condicionador, gel, óleo ou qualquer outro tipo de produto. Mulheres não devem usar maquiagem e os todos pacientes não devem usar protetor solar ou cremes nas regiões da cabeça e orelhas. Também é preciso remover brincos e joias. Por fim, o paciente não deve consumir bebidas alcoólicas ou qualquer outra substância que aja no sistema nervoso central, exceto quando há recomendação médica.
Depois do exame, é preciso lavar os cabelos para retirar o gel usado. Para os pacientes que precisaram de sedação, a recomendação é fazer repouso até que o efeito passe. Os demais podem voltar à rotina normal.
O eletroencefalograma em crianças
Qualquer procedimento realizado em crianças pode ser mais difícil. Por isso, é muito importante que os pais sigam as instruções para o preparo do exame. Veja abaixo algumas recomendações importantes:
- Preparo: Assim como nos demais públicos, a criança deve vir para o exame com os cabelos limpos e secos
- Alimentação: Para aquelas que ainda mamam (no seio ou em mamadeiras), é recomendado que sejam amamentadas na sala de exame para ajudar na indução do sono. As que não são mais amamentadas, devem vir bem alimentadas para o exame
- Sono: É muito importante que a criança não durma no trajeto para o exame, nem na sala de espera. Para as crianças que ainda tiram cochilos durante o dia, o ideal é marcar o exame para o horário de costume da soneca. Já para as maiores, a recomendação é que os pais reduzam o horário do sono, deixando elas dormirem menos do que o habitual. Isso é necessário para que o médico possa realizar o exame nos estados de vigília, sono e despertar
- Objetos de apego: Os pais podem e devem trazer objetos de apego, como fraldinhas, ursinhos, paninhos, chupetas, etc. Quanto mais confortável a crianças estiver, melhor será o andamento do exame.
- Durante o EEG: Os pais podem acompanhar o exame, seja com a criança no colo ou na maca
- Crianças internadas: Quando a criança está internada, o aparelho é levado até o leito, mas os pais e profissionais de saúde precisam seguir as mesmas recomendações
É importante destacar pode ser mais difícil realizar o eletroencefalograma em crianças, principalmente se não for feita a privação de sono de acordo com a recomendação. O ideal é colocá-las para dormir duas a três horas mais tarde e acordá-las duas a três horas mais cedo.
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