A hérnia de disco é umas das principais causas de dores nas costas. De acordo com dados do IBGE, a condição atinge 5,4 milhões de brasileiros. Entretanto, estima-se que 85% dos pacientes, após o tratamento conservador, ou seja, com medicamentos e fisioterapia, conseguem controlar os sintomas de uma hérnia discal entre 8 e 12 semanas.
Porém, cerca de 5 a 10% dos pacientes, de acordo com a gravidade dos sintomas e da progressão da hérnia, podem precisar de outras intervenções, com uma cirurgia, por exemplo. Graças aos avanços das técnicas da cirurgia minimamente invasiva, um dos tratamentos que podem ser feitos para uma hérnia de disco é a discectomia percutânea endoscópica.
Segundo o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann, especialista em cirurgia de coluna, esse procedimento pode ser feito para praticamente todos os tipos de hérnia de disco, exceto para aquelas em há calcificação do osso, ou seja, quando um osso se junta ao outro.
O que é a discectomia percutânea endoscópica?
“A discectomia percutânea endoscópica é uma técnica minimamente invasiva, feita com anestesia local. O neurocirurgião faz uma incisão (corte) de cerca de 1 cm. Em seguida, com a ajuda de um raio-X intraoperatório (fluoroscopia), é introduzida uma cânula com um micro câmera que transmite as imagens do campo cirúrgico para um monitor full-HD. Por meio de instrumentos específicos, o neurocirurgião irá remover as partes lesadas e herniadas do disco afetado. As respostas esperadas são a descompressão dos nervos e o alívio da pressão dentro do disco, explica Dr. Iuri.
De acordo com as evidências de estudos científicos, entre as vantagens desta técnica estão a redução de possíveis complicações relacionadas à anestesia geral, redução do tempo em que o paciente fica hospitalizado, sangramento mínimo e recuperação mais rápida, quando comparada a uma cirurgia convencional.
“Outra vantagem é que podemos manter o paciente acordado, para conversar com ele durante o procedimento. Isso ajuda a prevenir possíveis lesões neurológicas. Há também redução do risco de infecções, tem um bom efeito cosmético devido às incisões serem mínimas e pode ser feita em pacientes com contraindicação para anestesia geral, por exemplo”, comenta o especialista. O procedimento dura em torno de 30 a 45 minutos e o paciente pode voltar para suas atividades em poucos dias.
Resultados
Um estudo feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), que avaliou a técnica da discectomia percutânea lombar, apontou que 89,1% dos pacientes obtiveram uma boa resposta ao tratamento cirúrgico, estatística superior às cirurgias convencionais para tratamento da hérnia de disco.
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