Hoje é o Dia Mundial da Conscientização sobre a Paralisia Cerebral (PC), a deficiência física mais comum na infância. A PC afeta em média 1 em cada 500 pessoas. Estima-se que há 17 milhões de pessoas vivendo com a paralisia cerebral e mais de 10 milhões de familiares dedicando as suas vidas para cuidar de seus entes queridos. Neste dia, reforça-se a importância de oferecer as mesmas condições e oportunidades que são ofertadas as demais pessoas, para quem convive com a paralisia cerebral.
Desta forma, é possível que cada pessoa que apresenta a PC possa desenvolver seu máximo potencial e exercer sua cidadania, diminuindo assim o preconceito e melhorando a inclusão social.
Veja agora 8 perguntas e respostas para entender melhor a Paralisia Cerebral, feitas com a ajuda da neuropediatra, Dra. Andrea Weinmann, sócia-diretora do Centro Neurológico Weinmann.
1- O que é a Paralisia Cerebral?
O nome médico da PC é encefalopatia crônica não progressiva. Trata-se de uma série de desordens permanentes que afetam o cérebro em desenvolvimento e que impactam no controle motor e na postura. Por conta destas condições, há limitação de movimentos e das atividades diárias.
2- Além da parte motora, quais os outros impactos da PC?
A PC costuma afetar o comportamento, a cognição, a comunicação e o processamento das sensações (tato, olfato, paladar, audição, visão, etc.). Alguns pacientes podem também apresentar crises convulsivas. Entretanto, segundo a organização CerebralPalsy.org, muitas pessoas com PC apresentam a capacidade cognitiva preservada. De acordo com a entidade, a limitação ocorre em cerca de 30 a 50% dos pacientes.
3- O que causa a PC?
A Paralisia Cerebral é resultado de alguma desordem no cérebro que pode ocorrer durante a gestação, no parto ou durante o parto. Entre as causas conhecidas estão as infecções maternas, gravidez gemelar, baixo peso ao nascer, icterícia grave, nascimento prematuro, traumas físicos ou metabólicos durante o parto, falta de oxigênio durante o parto, uso de álcool e drogas na gravidez, entre outros. Em alguns casos, porém, não é possível determinar a origem.
4- É verdade que há mais de um tipo de PC?
Sim. Ela é classificada de acordo com a função do corpo afetada pela lesão cerebral. A mais comum é a espástica, que leva à rigidez muscular. Há a discinética em que os movimentos para sentar ou caminhar são dificultados. A atáxica afeta o equilíbrio e a coordenação motora. Porém, em muitos casos, há um quadro misto em que o paciente pode apresentar prejuízos em todas as funções. O tipo mais comum é a espástica-discinética.
5- Todas as pessoas com PC precisam de cadeira de rodas?
O impacto na locomoção é muito comum e pode exigir que o paciente precise da cadeira de rodas para se movimentar. Entretanto, muitos conseguem andar e até correr sem assistência. Mas, essa questão da marcha só pode ser respondida no decorrer do desenvolvimento da criança. Em alguns casos, é possível usar muletas e outros aparatos para ajudar os pacientes a andarem eretos.
6- É verdade que a toxina botulínica é usada para tratar a PC?
A PC é uma condição irreversível, ou seja, não tem cura. Porém, hoje há diversas terapias que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A toxina botulínica é uma delas. A substância ajuda o músculo a relaxar, melhorando a rigidez muscular (espasticidade). Além disso, os estudos mostram que a aplicação também ajuda a melhorar a dor.
7- Como é feito o diagnóstico?
Em geral, a PC é diagnosticada nos primeiros meses de vida, principalmente quando há fatores de risco associados, como parto prematuro, traumas, falta de oxigênio no parto, etc. Entretanto, quando a PC é leve, pode demorar um pouco mais para ser detectada. Em geral, entre o s 4 e 6 meses de idade os pais começam a perceber atrasos nos marcos motores e podem até perceber diminuição de movimentos em um dos lados do corpo, nos casos mais leves.
8- Qual é o tratamento?
A criança como Paralisia Cerebral deverá ser acompanhada por um neuropediatra e por uma equipe multidisciplinar de terapeutas, tais como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, nutricionista, entre outros. Todas as terapias são feitas para melhorar a qualidade de vida e para ajudar no desenvolvimento da criança, criando condições para que ela tenha uma vida mais próxima do normal.
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