A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada pela comunicação excessiva ou anormal dos impulsos elétricos dos neurônios (células cerebrais). Essa desordem nos impulsos leva às crises epiléticas, que afetam a vida profissional, acadêmica e social dos pacientes e aumenta o risco de acidentes e morte precoce. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epilepsia atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a condição afeta cerca de 3 milhões de pessoas.
O tratamento mais comum para a epilepsia é o uso de medicamentos da classe dos antiepiléticos. Porém, cerca de 20 a 30% dos pacientes não respondem à terapia medicamentosa, desenvolvendo a chamada epilepsia refratária, tornando-se elegíveis para a Terapia de Estimulação do Nervo Vago (VNS).
Aparelho que é implantado no nervo vago
Segundo o neurocirurgião, Dr. Iuri Weinmann, especialista em implante da Terapia VNS e sócio-diretor do Centro Neurológico Weinmann, trata-se de uma alternativa menos invasiva quando comparada a uma cirurgia feita no cérebro para tratar a epilepsia. “A Terapia VNS consiste no implante de um gerador de pulsos elétricos programáveis, que fica ligado a eletrodos que são conectados ao nervo vago cervical esquerdo. Podemos comparar o gerador a um marca-passo. Depois do implante, esse dispositivo irá enviar impulsos elétricos para o cérebro por meio do nervo vago para evitar as crises epiléticas”, explica.
90% de redução das crises
A técnica de neuroestimulação cerebral é muito conhecida e usada nos Estados Unidos e na Europa. Como resultado do implante, segundo os estudos, há redução de até 90% das crises epiléticas. “Sabemos que as crises epiléticas não controladas levam à perda da qualidade de vida, assim como a comorbidades psiquiátricas e prevalência mais elevada de morte súbita. Portanto, é importante que as pessoas procurem tratamento e o controle da epilepsia”, afirma Dr. Iuri.
Planos cobrem o procedimento
Como é um procedimento relativamente novo, muitas pessoas desconhecem que ele existe e faz parte do Rol de Procedimentos da Saúde Suplementar, ou seja, os planos e seguros de saúde já cobrem os custos. A Terapia VNS pode ser feita em qualquer pessoa, mas evita-se aplicá-la em crianças muito pequenas devido à mudança do padrão das crises.
No Mato Grosso do Sul, o neurocirurgião Dr. Iuri Weinmann já realiza o procedimento e conta com o suporte da Dra. Andrea Weinmann, neurologista infantil e especialista em Neurofisiologia Clínica, para seguimento e regulagem do dispositivo após o seu implante.
A implantação do VNS é uma cirurgia de pequeno porte, com incisões na região do pescoço e do tórax, a recuperação é rápida, permitindo ao paciente voltar para suas atividades normais em pouco tempo. “Mas, o acompanhamento médico deve ser contínuo, tanto para controle do dispositivo, como para o seguimento da terapia medicamentosa, pois alguns pacientes ainda irão precisar de medicação”, conclui o médico.
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